CAPÍTULO 2

A PROPOSTA IMPOSSÍVEL

Eu ainda estava sentada no chão, com trigêmeos grudados em mim como se eu fosse um travesseiro humano, quando ouvi a governanta soltar um suspiro profundo, como se tivesse perdido dez anos de vida em dois minutos.

— Meu Deus do céu… — ela murmurou, observando a cena como se estivesse vendo um milagre impossível.

— Eles nunca… NUNCA… fizeram isso com ninguém.

— Eu piscava, tentando me equilibrar enquanto Meredith subia no meu colo, já decidida a me reivindicar como sua propriedade.

— Dona Laura… — eu tentei falar, meio sem ar.

— Eles só estão carentes… são bebês ainda…

— Eles têm três anos e meio, — ela corrigiu, com um olhar que misturava preocupação e respeito. — E são mais perigosos que uma bomba-relógio. Mas você…Ela se aproximou, segurando meu braço com intensidade.

— Você… conseguiu que eles gostassem de você.

Em TRINTA segundos, Brenda, você tem noção do que isso significa?

— Eu balancei a cabeça, confusa, enquanto Michael tentava amarrar meu cabelo com os próprios dedinhos.

— Não, senhora… eu só fiz o que minha mãe sempre me ensinou.

— Criança precisa de carinho, não de grito.

— EXATAMENTE! — ela quase gritou.

Os trigêmeos levaram um susto e me abraçaram mais forte. — Eu passei a mão nos cabelinhos deles e eles imediatamente relaxaram.

— Era impressionante.Laura tocou a testa como se estivesse prestes a desmaiar.

— Brenda…— Sim, senhora? — Você está contratada.

Eu ri, meio sem graça.

— Sim, eu sei… para ajudar na faxina, né?

A senhora me mostra onde ficam os produtos e eu começo a limpar ainda hoje, não tem problemas.

— Não, a voz dela foi firme, poderosa, travei.

— Como assim… “não”? dona Laura respirou fundo, juntou as mãos e disse a frase que mudaria meu destino: — Você está contratada como BABÁ dos trigêmeos.

— Eu me engasguei com surpresa. — BABÁ?! Eu?! — Não, senhora! Não posso! Eu vim substituir minha mãe! Eu nunca cuidei de criança assim… eu só tenho vinte anos! Nem sei trocar fralda direito!

A menina levantou a cabeça e me encarou com um olhar indignado.

— A gente não usa fralda! — ela retrucou, ofendida.

Mas o garotinho assentiu como um filósofo, enquanto, o outro garoto apenas declarou: — Só no sono, às vezes, mas ninguém precisa saber.

— Eu arregalei os olhos. — SENHORA LAURA… — eu tentei insistir.

— Eu vim para fazer faxina… — Dona Laura fala desesperada, não preciso de uma faxina hoje.

— ela cortou.

— Eu preciso de alguém que impeça esse trio de incendiar a casa inteira até o Sr. Callahan chegar.

— E você é a única pessoa que eles não tentaram agredir, amarrar, pintar, mergulhar na piscina ou amedrontar.

— Eu olhei para os três, que estavam empilhados no meu colo, cada um segurando uma parte de mim.

A menina segurava minha mão, um dos garotos segurava minha blusa, e o outro fazendo carinho no meu braço.

Os três me encarando como se eu fosse… algo deles importante para eles.

Eu respirei fundo. — Entre a tentação do dinheiro e a responsabilidade que agora recaía sobre mim, o mundo parecia girar à minha volta.

A menina segurou meu rosto com as duas mãozinhas. — Fica com a gente, por favor.

— A gente gosta de você, o garotinho sussurrou, com um sorriso esperançoso no rosto. — A gente vai ser booooom.

— O outro prometeu, piscando um olho ao mesmo tempo em que se balançava animadamente no meu colo, e eu já não sabia se ria ou chorava.

—Eu olhei para a governanta, para as crianças, e então para o relógio na parede, que parecia se mover mais lentamente a cada segundo que passava.

— Para cada instante de hesitação, havia uma nova possibilidade se desenhando na minha mente, sonhos que podiam ser convertidos em realidade.

— Para meu futuro, que tinha acabado de mudar em cinco minutos.

E então, com um misto de ansiedade e empolgação pesando no meu peito, sem ar, sem chão, sem saber onde estava me metendo… eu disse: — Tá bom, aceito e os trigêmeos explodiram em um grito: — ÊÊÊÊÊÊBBBBÁÁÁÁÁÁ!

E pularam em cima de mim de novo, suas risadas altas ecoando na sala como um coro de anjos travessos.

— O som era contagiante, encheu a estância de energia e alegria, e eu não pude evitar sorrir, sentindo meu coração aquecer.

— Laura suspirou, aliviada, como se uma enorme pressão tivesse sido retirada de seus ombros.

—E eu só consegui pensar, enquanto uma onda de emoções me invadia: “Meu Deus… no que é que eu fui me meter?”

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