Amélia
O quarto de hotel parecia mais silencioso naquela manhã, como se a cidade lá fora estivesse pausada, esperando a decisão que mudaria a vida de Amélia para sempre.
Ela estava sentada diante da janela, com as pernas cruzadas, os olhos fixos no horizonte. Ainda não acreditava no que havia acontecido nas últimas horas: o atentado, a ameaça, a morte nos olhos de Maxin... e, por fim, o pedido — ou melhor, a ordem — para deixar o Brasil e se tornar sua esposa na Rússia.
Ela queria odiá-lo.
Queria dizer não.
Mas a verdade era mais cruel e mais complexa do que isso.
Maxin não era apenas o homem perigoso que a dominava com o toque, com o olhar, com a presença sufocante. Ele era, também, o único que havia lutado por ela. O único que não a descartou, não a destruiu. Não como os outros.
E, por mais que odiasse admitir… ela sentia algo por ele. Algo que queimava em sua pele desde a primeira vez em que ele a tocou.
Maxin entrou no quarto, vestindo um terno escuro, o celular ainda na mão. Ass