Maxin Sokolov
O silêncio no carro era denso como fumaça. Amélia observava a cidade pela janela, os olhos inchados de tanto chorar. Já não sabia se tremia pelo frio do ar-condicionado ou pelo medo que carregava no peito.
Maxin dirigia com uma calma assustadora. O maxilar contraído, os olhos fixos na estrada. Por fora, era o retrato do autocontrole. Por dentro, um vulcão prestes a explodir.
Eles haviam tentado sequestrar Amélia. Encostar nela. Levá-la. Machucá-la.
Isso era imperdoável.
Agora eles irão conhecer que é Maxin Sokolov o mais temido chefe da máfia russa.
Horas depois, Maxin estava sozinho em uma sala escura, no subsolo de um armazém abandonado — um dos muitos pontos da máfia que poucos sabiam da existência. Diante dele, dois homens ajoelhados e amarrados. Seus rostos cobertos de sangue, sujos, apavorados. Nikolai permanecia ao fundo, silencioso, com os braços cruzados e o semblante sombrio.
— Vocês sabiam quem ela era — disse Maxin, a voz baixa, quase calma demais. — Sabia