Amélia
O jato tocou a pista coberta de neve com um leve solavanco, fazendo Amélia despertar do sono turbulento que tivera. Olhou pela janela e viu apenas branco. Tudo era branco — o chão, o céu, os prédios distantes. Um mundo gelado, cinzento, silencioso.
Ela engoliu em seco.
— Bem-vinda à Rússia — murmurou Maxin, ao lado dela. — Moscou vai provar que é mais quente do que parece... se você estiver comigo.
— Quero te mostrar tudo aqui, ele fala com empolgação.
Amélia não respondeu. Apenas se encolheu no casaco de lã que ele havia providenciado. Atrás deles, Laís bocejava, enrolada num cachecol, enquanto Nikolai a ajudava a vestir luvas novas. A amiga parecia assustada, mas tentava sorrir.
O grupo desceu da aeronave e foi recebido por três carros pretos, motoristas uniformizados e dois homens armados, com cara de poucos amigos. O frio cortava como navalhas. O ar parecia mais denso, o tempo mais lento. Aquela não era apenas uma nova cidade.
Era um novo reino.
E Maxin era o rei.
A mans