Amélia
A noite estava fria, mesmo para os padrões russos. Moscou reluzia sob as luzes dos monumentos cobertos de neve, e os salões do Palácio Bravichev — uma das construções mais antigas e reservadas da máfia — estavam prestes a receber os nomes mais poderosos do submundo europeu.
Do lado de fora, uma fileira de carros de luxo se enfileirava na entrada, um desfile silencioso de riqueza, sangue e segredos. Do lado de dentro, homens de ternos impecáveis e mulheres de vestidos exuberantes brindavam com taças de cristal, trocando cumprimentos sutis e olhares cortantes.
A elite da máfia russa havia sido convocada por Maxin Sokolov para um anúncio especial. Rumores já corriam como fogo: o rei de gelo iria se casar. E sua noiva era uma jovem estrangeira, misteriosa, saída do nada. Para muitos, um insulto. Para outros, uma jogada ousada.
Mas ninguém estava preparado para ver Amélia.
Um beleza delicada e juvenil, era difícil de se apaixonar por seu jeito doce.
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No camarim do palácio, Am