34. O inferno de mármore e aço
O grito de Rocco no comunicador – "Alarme silencioso… sala de Guedes! Polícia a caminho!" – foi como um tiro de largada para o inferno. Leonardo, os dedos a milímetros de decifrar o segredo da fechadura arcaica do cofre Bellini, sentiu o gosto amargo da derrota pessoal. Décadas de segredos, a história de sua família, o legado de seu avô, tudo ao alcance da mão, e agora, esvaindo-se como fumaça. Não havia tempo.
Com um xingamento baixo e frustrado, ele recuou da porta enferrujada, o coração pesado com a renúncia. Aquele não era o momento. A sobrevivência, sua e da equipe (e, por extensão, a de Sabrina, cujo destino estava atrelado ao sucesso, ou pelo menos à sua sobrevivência naquela operação), exigia sua presença imediata no epicentro do caos que se formava.
Ele correu de volta pelos corredores empoeirados da ala antiga, o som das sirenes da polícia, antes um zumbido distante, agora crescendo em volume, uma promessa sinistra de confronto. Encontrou a equipe do assalto em polvorosa per