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Capítulo 5 — O Início do Incêndio

(Narrado por Aurora)

Quando Ethan disse “Saia comigo esta noite”, meu corpo inteiro pareceu esquecer como funcionava.

O escritório ficou pequeno demais. O ar, denso demais.

E ele… perto demais.

Passei o resto do dia tentando não pensar nele. Não pensar no toque. No olhar. No sorriso perigoso que apareceu quando ele percebeu que eu estava tremendo.

Mas pensar menos em Ethan Vesper era impossível.

Quanto mais eu tentava evitar, mais ele ocupava espaço dentro de mim.

Às 20h em ponto, meu celular vibrou.

Ethan:

Desça. Estou te esperando.

Meu coração falhou um compasso.

Meu corpo respondeu antes que minha mente pudesse avaliar se aquilo era sensato.

Quando cheguei à frente do prédio, encontrei um carro preto, impecável, de vidros fumê. A porta se abriu sozinha.

E ele estava lá dentro.

Camisa preta. Manga dobrada. Relógio elegante.

Um perigo elegante.

— Entre — disse, como se tivesse certeza absoluta de que eu obedeceria.

E obedeço.

O interior do carro tinha cheiro dele — madeira, noite e algo indecifrável que queimava na pele.

— Você está linda — ele disse, sem tirar os olhos de mim.

Eu deveria agradecer. Ou negar. Ou dizer qualquer coisa que me protegesse daquela voz baixa que parecia tocar lugares que ninguém jamais alcançou.

Mas eu apenas respirei fundo.

— Aonde estamos indo?

— Ver a verdade — respondeu. — E talvez outras coisas.

O “talvez” dele fez meu estômago despencar… e meu corpo inteiro despertar.

O carro parou diante de um prédio abandonado, antigo, com janelas quebradas e sombras profundas.

— Aqui? — perguntei, com uma mistura de receio e adrenalina.

— Confie em mim. — Ele abriu a porta para mim. — Ou tente.

Subimos escadas escuras, e ele caminhava sempre um passo à frente de mim, mas sua mão pairava perto o bastante para me segurar se eu caísse.

Ou para me puxar contra ele — o que parecia igualmente provável.

No último andar, ele empurrou uma porta enferrujada.

Lá dentro havia caixas antigas, pastas, registros.

Documentos que pareciam tocados pelo tempo — e por segredos.

— O que é isso? — perguntei.

— Parte da história da sua família — respondeu. — E do motivo pelo qual tentam impedir que você continue viva.

Meu coração parou por um segundo.

— O… quê?

Ele se virou para mim, devagar, e os olhos dele tinham algo que eu nunca tinha visto antes: preocupação. Real. Crua. Sem máscara.

— Aurora — disse, aproximando-se — você está no meio de algo maior do que imagina.

Ele tocou meu braço.

Leve. Mas suficiente para incendiar tudo dentro de mim.

Eu deveria me afastar.

Me proteger.

Manter a mente limpa.

Mas quando levantei os olhos para os dele… não consegui.

— E… onde eu entro nisso tudo? — sussurrei.

Ele soltou um suspiro quase imperceptível.

— Você não entende, não é? — disse baixinho. — Você não é só parte disso…

Você é a chave.

O mundo poderia ter desabado naquele exato momento que eu não teria notado… porque Ethan estava perto. Muito perto.

Tão perto que meu corpo inteiro vibrou quando ele encostou a testa na minha.

Não havia beijo.

Não havia toque explícito.

Mas o ar entre nós queimava.

— Você sente isso, Aurora? — ele murmurou.

Eu não consegui mentir.

— Sinto.

Ele deslizou a ponta dos dedos pela minha mandíbula, devagar, como se testasse algo proibido.

— Eu não deveria querer você — ele disse, a voz rouca. — Mas quanto mais tento evitar… mais esse desejo cresce.

Meu coração disparou.

— Eu também… — comecei, mas ele encostou o dedo indicador nos meus lábios.

— Não diga — sussurrou. — Se você disser, eu não vou conseguir parar.

O corpo dele estava colado ao meu, quente, firme, irresistível.

Minhas mãos tremiam.

O desejo entre nós era tão real que poderia ser tocado.

E então, antes que qualquer coisa acontecesse…

Um barulho seco ecoou pelo prédio.

Um passo.

Outro.

Alguém estava ali.

E Ethan, que estava prestes a me beijar — eu senti, ele sentiu, o universo inteiro sentiu — virou o rosto na mesma hora.

O desejo virou alerta.

A paixão virou perigo.

— Fique atrás de mim — ele ordenou, baixo, firme, autoritário.

E pela primeira vez naquela noite…

o arrepio que percorreu minhas costas não foi apenas desejo.

Foi medo

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