O vento cortava a pele de Aurora Delmont quando ela pisou novamente diante dos portões do casarão onde crescera. A mansão, outrora vibrante com as risadas de seus pais, agora parecia apenas um mausoléu de lembranças partidas. Ela havia voltado depois de anos — obrigada pelo testamento que, enfim, seria aberto.Aurora perdeu os pais aos 14 anos em um acidente tão repentino quanto inexplicável. E desde então, crescera sob os cuidados dos tios, Élio e Marise, que já tinham dois filhos: Dante, com seus 16 anos na época e seus olhos azuis sempre carregados de arrogância natural; e Lena, com 13, doce por fora, mas com farpas invisíveis que só Aurora percebia.Com o tempo, Aurora descobriu que sangue nem sempre significava amor, e que famílias podiam esconder sombras mais densas do que qualquer segredo empresarial.Agora, com 25 anos, ela retornava para reivindicar aquilo que sempre foi seu — ainda que isso acendesse a chama da inveja que sempre queimou dentro dos Delmont.⸻Do outro lado da
Ler mais