DOMINICK
O avião particular pousou em solo siciliano às três da manhã.
Palermo dormia sob um céu carregado. As ruas antigas, com suas vielas estreitas e pedras molhadas pela chuva da noite anterior, pareciam guardar o silêncio de séculos de guerras. Dominick Santorini desceu da aeronave com os olhos sombrios e os punhos fechados. Ele não vinha como diplomata. Não vinha como herdeiro. Vinha como uma bomba relógio.
Henrique estava ao lado, trajado de preto, com uma pasta em mãos e a expressão sisuda.
— Já temos localização confirmada. Giuliano está no Palazzo Balzano, protegido por doze homens armados. Ele transformou o antigo museu em um reduto militar.
— E o que a inteligência diz?
— Que ele espera por você. Que esta reunião foi armada para confronto. E que ele não está sozinho.
— Sabemos quem está com ele?
— Dois ex-chefes da máfia napolitana. E um nome que não identificamos ainda.
Dominick cerrou os olhos.
— Vamos descobrir.
No carro, a caminho do encontro, ele revisava em silêncio