A manhã seguinte chegou como um sussurro. A névoa cobria os campos ao redor da casa como um lençol macio, e a luz do sol parecia hesitante ao atravessar as janelas da sala. Evelyn acordou sozinha no sofá, a manta ainda sobre seu corpo, o cheiro do chá da noite anterior persistente no ar. Ela se espreguiçou devagar, tentando alongar os músculos e organizar os pensamentos.
Por um segundo, pensou que tudo aquilo poderia ter sido um sonho — Lucas, o caderno, as confissões — mas ao ouvir os passos vindos da cozinha, soube que era real. E, estranhamente, reconfortante.
Ela se levantou e seguiu o som. Encontrou Lucas de costas, preparando café. Ele vestia uma camiseta cinza, o cabelo bagunçado ainda mais do que de costume, mas havia algo nele que parecia… mais leve.
— Bom dia — ela disse, com a voz ainda rouca de sono.
Ele se virou e sorriu.
— Bom dia. Dormiu bem?
Ela assentiu, aproximando-se e aceitando a caneca que ele lhe estendia. O toque dos dedos dele nos dela foi breve, mas suficiente