A cidade parecia respirar devagar naquela manhã. O céu nublado dava ao dia um ar calmo, quase preguiçoso, e Cecília acordou com a cabeça apoiada no peito de Enrico, ouvindo os batimentos dele num ritmo que a acalmava mais do que qualquer promessa.
Fazia tempo que não se sentia assim: leve, mesmo em meio a uma tempestade.
Ela não sabia exatamente em que momento havia adormecido, mas se lembrava de tudo que viera antes — da maneira como Enrico segurou sua mão quando saíram do bar, sem dizer nada, apenas olhando para ela com compreensão. E do jeito como ela, depois de tentar resistir, se permitiu apenas agradecer com um beijo silencioso nos lábios dele, carregado de tudo o que ainda não sabia como expressar.
— Bom dia, caos ambulante — Enrico murmurou, a voz rouca da manhã.
Cecília sorriu.
— Bom dia, príncipe arrogante.
— Olha que se continuar me chamando assim, vou querer uma coroa.
Ela riu, escondendo o rosto no pescoço dele.
— Nem pense. Seu ego já é grande demais.
Eles ficaram ali po