A manhã estava calma, silenciosa, quase confortável demais para o que os últimos dias haviam sido.
Cecília dormia no sofá, Aurora aninhada no peito dela como se também sentisse que a mãe precisava daquele contato para respirar melhor. Enrico observava as duas da porta por alguns segundos, uma expressão de ternura cansada no rosto.
Ele estava na cozinha preparando um café quando o celular vibrou:
Escritório.
Imediatamente, uma tensão leve atravessou o peito dele. Ainda não era hora de voltar à rotina, mas problemas raramente esperavam.
— Bom dia, senhor Enrico. — a voz da secretária saiu apressada, preocupada. — Eu sinto muito incomodar, mas temos uma situação aqui…
— O que aconteceu?
Houve um breve silêncio, como se a mulher do outro lado buscasse coragem.
— Tem uma senhora aqui… ela está exigindo vê-lo. Disse que é… a mãe da Cecília.
A expressão de Enrico fechou instantaneamente. Ele sentiu a mandíbula travar, a respiração pesar.
A mãe de Cecília.
Justo ela.
Justo agora.
A última pes