O sol da tarde se deitava devagar sobre o prédio branco e moderno do Instituto Aurora,o nome que Cecília escolhera em homenagem à filha — e a tudo o que ela representava.
A claridade dourada atravessava as janelas amplas, refletindo nas paredes decoradas com desenhos feitos pelas próprias mulheres atendidas ali. Cada traço, cada cor, era um símbolo vivo de recomeço.
Cecília caminhava pelo corredor principal com passos tranquilos, a barriga um pouco dolorida depois de passar a manhã organizando documentos e acompanhando atendimentos.
Não estava grávida — mas sentia-se tão cheia quanto se estivesse. O processo de adoção havia sido longo, cheio de etapas, visitas, avaliações e papeladas infinitas. Mas agora estava quase concluído. Logo, muito logo, o bebê seria legalmente deles.
O choro suave que ecoou de uma das salas fez seu coração acelerar. O pequeno Luan, de poucos meses, estava sendo embalado por uma voluntária, mas assim que viu Cecília na porta, estendeu os bracinhos pequenos, co