Marco e Júlia chegaram quase ao mesmo tempo — ele com o notebook debaixo do braço, ela com o rosto lavado em lágrimas e a respiração acelerada.
— Enrico… — Júlia mal conseguiu dizer antes de abraçá-lo. — Meu Deus, me diz que ela está bem… por favor…
Ele não conseguiu responder. Só a abraçou de volta por um segundo, sem realmente sentir o próprio corpo, como se estivesse apenas obedecendo ao instinto.
Marco deu um passo à frente, a expressão tensa.
— Eu consegui algumas gravações — disse, abrindo rapidamente o notebook sobre a mesa. — Não são muitas, mas… tem isso aqui.
O pai e a mãe de Enrico se aproximaram também, silenciosos, enquanto Júlia enxugava as lágrimas com a manga da blusa.
Marco deu play.
E por um segundo, o mundo pareceu parar.
A praça. Cecília empurrando o carrinho de Aurora.
Enrico sentiu o peito travar só de vê-la ali — tão desprevenida, tão calma, tão… vulnerável.
E então, o momento exato que o destruiu:
Cecília parando. O corpo ficando rígido. Os olhos arregalando. E