Cecília ainda estava tentando recompor a respiração quando uma voz firme cortou o ar.
— Cecília, pode vir aqui um instante?
Ela se virou e encontrou o gerente do Café Murano parado na entrada da cozinha. Seu coração afundou. Com passos trêmulos, atravessou o salão silencioso, sentindo os olhares ainda presentes. Ao chegar à porta da cozinha, ele a observou com expressão séria, mas sem raiva.
— Sente-se um momento — ele disse, apontando para a cadeira ao lado da bancada. Cecília obedeceu, a garganta apertada.
— Está tudo bem? — tentou começar, a voz quase falhando.
O gerente suspirou, estudando-a por alguns segundos.
— Cecília… você está muito nervosa. E eu sei que hoje foi um dia difícil. Acho melhor você ir pra casa. Amanhã conversamos com calma, certo?
— Mas… eu posso explicar! — Cecília começou, a ansiedade crescendo, tentando justificar o que tinha acontecido com Laura no salão. — Não queria que…
— Não, Cecília — ele interrompeu, com um tom firme, porém compreensivo. — Hoje você p