O vapor do banho ainda preenchia o banheiro quando Cecília terminou de se ensaboar, a sensação de frescor trazendo um sorriso leve ao rosto. Sentiu-se preparada para mais um dia no trabalho, confiante e motivada, pensando em como seu desempenho vinha crescendo a cada semana. Mal podia imaginar que fora do chuveiro, o mundo dela poderia se complicar em um instante.
Enquanto isso Enrico, que estava em frente ao espelho ajustando a gravata, ouviu o celular de Cecília tocar na mesa de cabeceira, franziu o cenho ao ver a tela. Um número desconhecido piscava, insistente. Respirou fundo antes de atender.
— Alô? — disse, firme.
Do outro lado, o silêncio. Nenhuma respiração, nenhuma voz. Apenas a sensação incômoda de estar sendo observado através da linha. Enrico desligou, o corpo tenso, e devolveu o celular para a mesa.
O toque seguinte não tardou. Uma notificação. Ele pegou o aparelho: era uma mensagem. O nome dele não aparecia, mas o conteúdo era claro demais para causar qualquer dúvida:
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