No dia seguinte, Cecília vestiu a roupa mais sóbria que tinha. Não era nada sofisticado, apenas uma blusa de tecido leve e uma calça preta que combinava com seus sapatos discretos. Passou batom diante do espelho, mais para se convencer de que estava pronta do que por vaidade. O estômago estava revirado, como se a qualquer momento fosse desistir.
No ônibus, observou os rostos cansados ao redor e se reconheceu neles: todos carregavam uma urgência silenciosa, um desejo de chegar a algum lugar, de agarrar qualquer oportunidade.
O shopping já fervilhava de movimento quando ela desceu. Crianças corriam entre os corredores, grupos de adolescentes riam alto, e o som constante das conversas se misturava ao cheiro de pipoca e perfume das lojas. As vitrines brilhavam sob as luzes artificiais, e a praça de alimentação transbordava de gente. Cecília respirou fundo, endireitou os ombros e entrou na loja de roupas onde a entrevista aconteceria.
Uma recepcionista pediu para que aguardasse em uma polt