A noite caiu espessa sobre a floresta como um véu de tinta, abafando os sons e mergulhando as árvores num silêncio quase reverente. Nem os grilos ousavam cantar. As estrelas estavam escondidas por trás de nuvens pesadas, e a lua, embora cheia, parecia hesitar em iluminar aquela parte esquecida do mundo. A clareira onde Lysandra e Aric se posicionavam pulsava com uma energia estranha — antiga, densa, viva.
Ao centro, uma pedra ritualística coberta por musgo e símbolos talhados por mãos ancestrais há muitas gerações emanava uma luz azulada. Os símbolos se acendiam aos poucos, como se respondessem à presença de Lysandra, reconhecendo nela o sangue da linhagem que selara os pactos há séculos. O ar estava denso, como se a própria floresta prendesse o fôlego, consciente do que estava prestes a acontecer.
Lysandra ajoelhou-se diante da pedra, o diário de sua mãe apertado contra o peito. As palavras de Helena ainda ecoavam em sua mente — advertências, lamentos, espera