A lua cheia brilhava sobre as colinas recém-reconstruídas, iluminando a aldeia que agora reunia famílias de diferentes linhagens. O silêncio era quebrado apenas pelo som de martelos, risos de crianças e o treinamento dos jovens guerreiros. A paz era um tecido frágil, costurado com suor e esperança, mas também marcado pelo peso das maldições antigas.
Selin, agora com 15 anos, começava a sentir um chamado estranho durante as noites. Desde a batalha no limbo, os sonhos lhe visitavam como rios de imagens incontroláveis. Naquela noite, ela acordou sobressaltada, a respiração pesada.
— Outra vez… — murmurou, levando a mão à testa.
O sonho era sempre o mesmo, cada vez mais vívido: um lobo branco, de olhos cristalinos, estava preso em correntes que pareciam feitas de ferro e sombras. O animal uivava, mas o som não era apenas animal — parecia humano, como um clamor de dor e súplica.
Selin caminhou até a janela de sua cabana. O vento frio da madrugada acariciava seus cabelos escuros, e por um i