A clareira, iluminada pelo primeiro sol da manhã, parecia um refúgio sagrado. As folhas ainda carregavam gotas de orvalho, reluzindo sob a luz dourada como pequenos cristais, e o cheiro de terra molhada subia no ar, misturado ao perfume suave das flores silvestres que se abriam para saudar o novo dia. Mas, para Lysandra, toda aquela paz era uma miragem frágil. Um alívio traiçoeiro que poderia se despedaçar a qualquer instante.
Ela se encontrava sentada sobre a relva macia, na forma lupina, com o pelo escuro úmido da chuva que caíra durante a noite e manchado em alguns pontos pelo sangue dos inimigos. Apesar da vitória, sua mente não conseguia repousar. Fervilhava com lembranças antigas, as escolhas dolorosas que fizera e os segredos obscuros que agora vinham à tona, como sombras rastejando para fora de covis esquecidos.
Do outro lado da clareira, Aric mantinha-se atento. O lobo de pelagem prateada, agora em forma humana, estava encostado em uma pedra coberta d