O uivo do guardião ainda reverberava nas montanhas quando o grupo começou a recuar do templo. O ar parecia mais denso, carregado de energia. O chão vibrava levemente, como se a terra respirasse após séculos de silêncio.
Selin caminhava lentamente, apoiada em Nira, ainda pálida pelas visões que tivera. O brilho em seu braço diminuía, mas a sensação de que algo permanecia gravado em sua alma a fazia tremer.
Aric mantinha Lysandra próxima de si, o olhar sombrio. Ele não dizia nada, mas todos podiam sentir: a visão da criança havia mexido com ele mais do que gostaria de admitir.
Helena foi a primeira a quebrar o silêncio.
— O guardião está livre, mas não devemos comemorar. — Sua voz era grave, firme como uma lâmina. — Ele nos deu uma escolha, não uma vitória.
Malik, sempre cético, resmungou:
— Liberdade em troca de mais dúvidas. Que tipo de guardião é esse que fala em destruição de crianças?
Helena lançou-lhe um olhar duro.
— Não questione o guardião. Questione a nós mesmos. Somos nós