A madrugada cobria a aldeia recém-reconstruída com uma calmaria incomum. O vento frio descia das montanhas e agitava as tochas que iluminavam os portões, enquanto o uivo de um lobo ecoava ao longe, carregando uma melancolia que parecia dialogar com todos os corações. Selin despertou novamente no meio da noite. O mesmo sonho — o lobo branco, enorme, com olhos prateados que refletiam a lua cheia, preso por correntes negras que se arrastavam até se perder no vazio. Ele rosnava, não contra ela, mas contra as correntes, e seu olhar implorava libertação. Selin acordava sempre com o coração acelerado, como se tivesse corrido por horas. Mas, naquela madrugada, ela percebeu algo novo: no momento antes de abrir os olhos, sentiu o sussurro de uma voz profunda. — “Filha da lua... a chave não está no ferro, mas no sangue.” Sentou-se na cama, suando frio. Seu corpo inteiro tremia, e o eco daquelas palavras não saía de sua mente. O peso do segredo de Lysandra Enquanto isso, na cabana de madeira ref