Mundo ficciónIniciar sesiónRubi Peyton acreditou que o amor podia curar qualquer ferida, até perceber que o homem que chamava de marido a via apenas como um peso. Humana em meio a lobos, ela sempre foi a peça errada no tabuleiro do poder. Quando Eron, o primogênito da família Peyton, transforma o casamento em uma prisão, Rubi decide fazer o impensável: fugir. Do outro lado do mundo, em Sydney, ela tenta reconstruir a própria vida, longe da alcateia e de um destino que nunca escolheu. Mas o passado tem faro apurado — e o primeiro a encontrá-la é Riuk, irmão de Eron e o lobo que um dia a amou em silêncio. Agora, divididos entre dever e desejo, os dois se veem presos em uma teia de segredos, política e instintos antigos que a lua não conseguiu apagar. E enquanto Eron atravessa o oceano para recuperá-la, Rubi precisará decidir o que vale mais: o vínculo que a prende... ou a liberdade que finalmente descobriu. Entre irmãos, promessas e destinos traçados, uma guerra está prestes a recomeçar e desta vez, nem mesmo a deusa da lua será capaz de interferir.
Leer másRubi
Hoje é o nosso aniversário de casamento.
A casa está arrumada, a mesa posta, o jantar pronto. Eu passo pela sala pela décima vez, ajustando detalhes como se isso pudesse consertar um casamento que já nasceu torto.
Eron nunca aceitou a imposição do Alfa Supremo para a nossa união, mesmo que ela tenha sido destinada pela Deusa da Lua.
Meu amor por ele sempre foi tão forte, que não me importei com sua rejeição inicial, sempre aceitei tudo que ele podia me dar, mas com o tempo... ele se afastou ainda mais.
Mas hoje eu ia mudar isso. Eu mostraria para ele que ou ele ficava comigo, ou ficava. Eu ia dar um jeito de consumar nossa união.
"Precisa de mais alguma coisa..." olho para tudo, e para a lingerie sensual que estou usando. "Claro, as velas."
Corro para o escritório do Eron, onde elas ficam guardadas e reviro todos os armários até que encontro algo, no fundo da gaveta:
Uma caixinha de joias.
Meu coração dispara.
Abro devagar, como se o ar pudesse estragar a surpresa.
Ele lembrou.
"Ah Eron... talvez... talvez exista salvação para nós."
Fecho a caixa rápido, mas a abraço no peito, quase com vergonha de sorrir sozinha. Volto para a sala mais leve, arrumo tudo com cuidado renovado, imaginando ele chegando, me abraçando por trás, dizendo que sente muito por todos os nossos tropeços.
"Vamos ter a vida que sempre sonhei para nós."
Mas, as horas passam... se arrastam.
21h.
Meia-noite.
Eron não chega.
A alegria que eu sentia se esvai com os minutos. Me levanto irada com a falta de consideração dele, discando novamente para seu número, esperando que ele finalmente atenda, mas novamente ele ignora.
"MERDA ERON, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?"
Humilhada e cansada, me arrasto para o quarto quando sinto meu celular vibrar na mão, e acredito que finalmente ele me respondeu.
"Número desconhecido? Quem me mandaria uma foto a essa hora?" Abro curiosa esperando que seja algum erro... mas não é.
É Eron.
São tantas fotos que eu não consigo parar de olhar.
Meu estômago vira.
"Que porra é essa?" me debulho em lágrimas sem acreditar que ele pode ter feito isso comigo
A porta da frente destrava.
Eron entra como se não tivesse sumido o dia inteiro, como se hoje fosse só mais um dia qualquer. Como se não tivesse me traído com uma mulher qualquer na rua.
“Boa noite”, diz, tirando o casaco, sem me encarar.
“Boa noite?” Minha voz sai baixa, afiada. “Onde você estava, Eron?”
Ele franze o cenho, cansado. “Em uma reunião. Demorou para os anciões resolverem o que eles queriam para a alcateia e...”
Jogo o celular na mesa. As fotos aparecem na tela.
"Para de mentir, seu filho da puta." seus olhos se estreitam na minha direção.
Ele se aproxima e olha para o celular, o pegando.
“Que porcaria é essa?”
“Isso é o que eu quero saber. Como você pode ser tão baixo!” Meu peito arde. “Você me traiu, Eron! Você me traiu. Mentiu pra mim esse tempo todo.”
Ele ri. Ele ri.
“Rubi… você enlouqueceu? Eu nunca faria isso. Nem com você, nem com a sua família. Isso é claramente uma montagem. Não seja tola.” ele descarta o celular, como se aquilo fosse apenas uma brincadeira de mal gosto.
“Então por que você nunca me toca?” Minha voz estoura antes que eu consiga segurar. “Por que nunca tentou fazer esse casamento funcionar? Você é meu destinado, Eron! Isso devia significar alguma coisa.”
“Deveria, mas você sabe que não significa.” Ele esfrega o rosto, impaciente. “Eu disse desde o primeiro dia que não queria essa união. Você que não quis ouvir. Foi um acordo. Um dever. Nunca foi amor.”
Suas palavras esmagam meu coração.
“Nunca foi amor pra você...”, solto. “Mas você nunca pensou em mim? Não pensou no que eu sentiria quando visse essas fotos?” ele me avalia.
“Rubi…” suspira. “Você é boa. Gentil. Mas você não tem um lobo. Não tem futuro como minha Luna. Você é… um enfeite. Uma exigência da Deusa. Nada mais.”
Eu sinto minhas pernas falharem, mas fico de pé.
“Seu grande babaca! Eu quero o divórcio!”
Ele sorri, frio. Um sorriso que conheço desde pequena e que agora entendo o que significa.
“No dia que nos unimos eu te avisei que isso só acabaria quando eu quisesse. E agora você só sai desse casamento quando eu me tornar Alfa Supremo.”
As palavras dele descem como gelo.
Vou para o quarto.
Só então a pulseira na gaveta faz sentido.
Nunca foi para mim.
Nunca seria.
RiukSegurei-a até ela voltar, e quando abriu os olhos, meu coração pareceu parar. Ela ainda tremia nos meus braços, os dedos finos pressionando a camisa como se quisesse segurar algo que escapava."Rubi?" chamei baixo, mas ela não respondeu. O pânico me tomou. Peguei-a no colo e a levei até o sofá no canto da sala, sem pensar em mais nada."Rubi, olha pra mim..." murmurei, ajoelhando ao lado dela. Toquei seu rosto, buscando qualquer sinal de resposta. Fria demais. Pálida demais.Peguei o celular, já procurando o contato do médico que atendia meus funcionários, quando senti um leve puxão no punho."Riuk..." A voz saiu trêmula, quase um sussurro.Soltei o aparelho de imediato e levei a outra mão ao rosto dela, afastando uma mecha de cabelo grudada na pele suada."Ei, olha pra mim", pedi, a voz rouca. "O que você está sentindo? Tontura? Falta de ar?"Ela piscou devagar, respirando com dificuldade. "Só... ficou tudo escuro por um momento."Respirei fundo, tentando controlar o impulso de
RiukEu não esperava por isso.Eu não estava preparado para isso.Mas, quando abro a porta da sala e vejo ela, o mundo inteiro perde o eixo.Rubi.Um ano.Um ano sem ouvir sua voz, sem ver seu rosto e agora ela está bem na minha frente, encolhida em uma cadeira de entrevista como se fosse uma estranha.Ou como se eu fosse.Meu maxilar trava tão forte que meu pescoço chega a doer.Ela não deveria estar aqui.Não na minha empresa.Não depois de rejeitar minha oferta.Não depois de eu abrir mão de tudo.O pior é que, por um segundo, um único e miserável segundo, algo no meu peito reage.Algo que eu pensei ter morrido.Meu lobo parece receber uma lufada de ar que ansiava a meses. Ele chacoalha seus pelos como se acabasse de despertar de uma longa hibernação.Mas eu esmago isso imediatamente.Minha gerente do RH pisca, confusa."Vocês... se conhecem?"Respiro fundo, apertando a mandíbula."Ela é..."Paro. Por um instante, eu penso em dizer ela é minha prima.Mas não."A esposa do meu irmão
RubiO aeroporto de Sydney parecia um outro mundo.O ar era diferente, mais leve, quase doce. A cada passo que eu dava, empurrando a mala pelas portas automáticas, a sensação de estar recomeçando se tornava mais real.Laura me esperava logo na saída, sorrindo de orelha a orelha, com os braços abertos.Quando me viu, gritou meu nome e correu até mim.O abraço foi apertado, cheio de saudade e de tudo o que eu não sabia que precisava naquele momento."Você deve estar exausta", ela disse, rindo. "Quer comer alguma coisa?"Balancei a cabeça, tentando disfarçar o nó que se formava na garganta."Não... acho que meu estômago ainda tá no avião."Peguei o celular e o liguei para ver as horas, e a tela acendeu com uma enxurrada de notificações.Trinta chamadas não atendidas.Todas de Eron.Por um instante, meu peito apertou.Ficar desaparecida por quase vinte horas devia tê-lo deixado louco.Mas não importava mais.Pela primeira vez, o problema não era meu.Guardei o celular no bolso e olhei pra
RubiPassei o resto da noite em claro, com o rosto enterrado no travesseiro e a mente em guerra.As palavras dele não saíam da minha cabeça."Você é um enfeite.""Só sai desse casamento quando eu quiser."Por um tempo, acreditei que o amor podia curar tudo. Que, se eu me esforçasse o suficiente, ele acabaria me vendo.Mas eu me enganei.Quando o relógio marcou três horas da manhã, eu percebi que não havia mais nada a salvar.Levantei da cama devagar, com o corpo pesado, e fui até o banheiro. A mulher no espelho parecia outra olhos inchados, cabelo bagunçado, e um vazio que nem a raiva conseguia preencher.A mulher na foto também era loira, então qual era o problema? O que ela tem que eu não tenho?Bufei, tentando conter as lágrimas que insistiam em escapar.Peguei o celular sem pensar.Uma mensagem nova piscava na tela.Laura:"Feliz aniversário de casamento, minha amiga! Espero que você esteja celebrando e feliz. Vocês merecem o mundo. Sinto saudades, te amo."Meus olhos marejaram. L
RubiHoje é o nosso aniversário de casamento.A casa está arrumada, a mesa posta, o jantar pronto. Eu passo pela sala pela décima vez, ajustando detalhes como se isso pudesse consertar um casamento que já nasceu torto.Eron nunca aceitou a imposição do Alfa Supremo para a nossa união, mesmo que ela tenha sido destinada pela Deusa da Lua. Meu amor por ele sempre foi tão forte, que não me importei com sua rejeição inicial, sempre aceitei tudo que ele podia me dar, mas com o tempo... ele se afastou ainda mais.Mas hoje eu ia mudar isso. Eu mostraria para ele que ou ele ficava comigo, ou ficava. Eu ia dar um jeito de consumar nossa união. "Precisa de mais alguma coisa..." olho para tudo, e para a lingerie sensual que estou usando. "Claro, as velas." Corro para o escritório do Eron, onde elas ficam guardadas e reviro todos os armários até que encontro algo, no fundo da gaveta:Uma caixinha de joias.Meu coração dispara.Abro devagar, como se o ar pudesse estragar a surpresa.É uma pulse
Último capítulo