A floresta parecia respirar ao redor deles, como se cada folha e galho carregasse o segredo de séculos e, naquela noite, testemunhasse mais uma história de sangue e resistência. O cheiro de terra molhada misturava-se ao da adrenalina e do sangue recente.
Ali, a mata densa abafava os sons da perseguição que ecoavam ao longe. Os dois haviam corrido até os músculos queimarem, até o gosto metálico do medo e do esforço se misturar à respiração ofegante.— Aqui — sussurrou Aric, apontando para uma trilha disfarçada sob folhas úmidas e musgo. — Esta passagem leva ao território das antigas marcas. Viktor não ousará seguir por lá.Lysandra arfava, sentindo a dor no corpo recém-transformado. Sua pele carregava arranhões, hematomas e marcas das correntes. Mas a pior ferida era na alma. Helena ainda estava presa no salão tomado pelas chamas e seus aliados haviam lutado para abrir aquela chance. O peso da culpa e a angústia pesavam como um fardo em seus ombros.