Aisha, uma jovem constantemente humilhada por sua alcateia devido à ausência de sua loba, enfrenta desafios ainda maiores após a morte trágica de sua família. Quando ela finalmente encontra seu companheiro, Alfa Martín a rejeita, acreditando que ela não é adequada para ser sua Luna, mas o lobo dele discorda. Cansada de ser maltratada, Aisha decide aproveitar um tempo fora da alcateia e se envolve com um misterioso homem chamado Kiron, que é, na verdade, o poderoso Rei Lycan. Após uma noite de paixão, Aisha foge, acreditando que poderia voltar à sua vida normal após o ocorrido, enquanto Kiron fica furioso com sua partida. Ele está determinado a encontrá-la, afinal, existe algo que ela desconhece. A história continuará a desvendar o destino de Aisha, Martín e Kiron enquanto eles lidam com suas emoções e enfrentam os desafios que estão por vir.
Ler maisDurante séculos, lycans e vampiros viveram em trégua precária, um equilíbrio sempre à beira do colapso. Ragnar, o rei dos lycans, feroz e determinado, não apenas odiava os vampiros, mas acreditava que eles representavam uma ameaça à própria natureza.
Por outro lado, Vladmir, um imortal e implacável vampiro, liderava sua raça. Ele tentou uma aproximação com os lycans, mas essa falhou miseravelmente, porque Ragnar acreditava que eles eram seres muito inferiores que deveriam ser extintos.
O estopim para a guerra veio em uma noite, quando um grupo de vampiros invadiu a floresta dos lycans em busca de uma vampira, a única filha de Vladmir, acreditando que a mesma havia sido levada como refém.
Essa violação ao território dos lobos despertou a ira de Ragnar, que decidiu ser hora de acabar com o domínio dos vampiros de uma vez por todas.
A guerra eclodiu brutalmente. Durante meses, os dois lados se destruíram em confrontos sangrentos, florestas se tornaram cinzas e vilas humanas foram reduzidas a escombros.
Em meio ao caos da guerra, Maximus, o segundo filho de Ragnar, lutava com uma carga ainda mais pesada: o amor proibido por Diana, a filha de seu maior inimigo. Cada encontro clandestino deles era uma faísca de esperança em meio à destruição, mas nenhum dos dois sabia que essa paixão proibida estava prestes a gerar uma nova vida — uma criança que mudaria o destino de ambas as raças.
O nascimento da criança ocorreu em uma noite de eclipse lunar, quando os lobos sentiam suas forças em conflito. Diana estava escondida nas profundezas de uma caverna, protegida por Maximus, que a observava com um misto de amor e preocupação.
A caverna, cercada por montanhas e floresta densa, era o lugar mais seguro que Maximus havia encontrado, longe dos olhos vigilantes de seu povo.
Diana sentia dores intensas, mas também algo diferente, quase místico. Havia uma energia no ar, como se o próprio universo reconhecesse a chegada de algo extraordinário. Quando a bebê nasceu, um silêncio absoluto tomou conta da caverna, como se até mesmo o universo estivesse aguardando aquele momento.
A pequena híbrida, de olhos verdes como a floresta e com seus cabelos ruivos como fogo, era uma fusão perfeita de suas duas origens. Sua pele tinha uma tonalidade pálida, herança de sua mãe vampira, mas seus olhos tinham um brilho feroz, que lembrava o olhar do lycan de seu pai.
Maximus segurou sua filha nos braços e sentiu uma onda de amor e proteção que jamais havia imaginado. Ele olhou para Diana, que chorava de alegria, e ambos souberam naquele momento que precisavam dar àquela criança uma chance de viver longe de todo o ódio e preconceito que permeavam seus mundos.
Ela era única, a personificação da união improvável entre duas raças inimigas, e eles sabiam que, se fossem descobertos, ela jamais teria a oportunidade de viver. Maximus e Diana planejaram fugir. Iriam para um lugar distante, onde ninguém conhecesse seus nomes ou suas origens.
Sabiam que a tarefa não seria fácil, mas a esperança de um futuro melhor para sua pequena filha era mais forte do que qualquer medo. No entanto, o tempo estava contra eles. Os lycans haviam sentido a ausência de Maximus e suspeitavam de algo muito errado.
Os cheiros dos lycans se aproximando ficaram evidentes para ele que se viram cercados, e Maximus sabia que só havia uma coisa a fazer… Ele olhou para sua filha nos braços de Diana, sentindo o peso do sacrifício que estava prestes a fazer. Ele sabia que não haveria retorno, mas, por elas, enfrentaria a morte.
— Você precisa partir, Diana. Eu sempre estarei com vocês. — Ele sussurrou, sabendo que essas palavras poderiam ser suas últimas.
Maximus olhou para Diana, seu olhar transmitindo uma mistura de amor e despedida.
— Leve-a para longe daqui. — Disse ele, beijando a testa de sua filha recém-nascida. — Você precisa viver… ambas precisam.
Diana, com lágrimas nos olhos, tentou argumentar, mas Maximus já estava decidido. Ele a beijou suavemente, sua testa encostando na dela por um instante, antes de se virar e sair da caverna.
Enquanto Diana corria pela floresta, segurando a filha contra o peito, cada som de galho quebrando, cada uivo na distância fazia seu coração disparar. Ela sabia que, a cada momento, os seus caçadores poderiam alcançá-las. A existência deles era como uma sombra sobre seus ombros, implacável e fatal.
A luta entre Maximus e alguns lycans foi brutal. Ele lutou com uma coragem desesperada, usando todas as forças que tinha para manter os lycans afastados da direção que Diana seguiu. Ele foi golpeado, mordido, mas continuou lutando, cada movimento impulsionado pelo amor que sentia por Diana e pela filha.
Diana podia escutar ao longe os sons de vários rugidos, cada som fazia seu coração se apertar, mas Diana sabia que não podia parar. Maximus estava lá fora, lutando para lhes dar uma chance. Ela nunca esqueceria o eco de seu último rugido, um grito que reverberaria para sempre em sua alma.
As lágrimas desciam por seu rosto, mas ela não parou. Ele havia lhe dado uma missão, e ela faria de tudo para cumpri-la. Diana fugiu para um lugar onde os lycans jamais a encontrariam, jurando proteger a filha e contar a história do pai que deu sua vida para que elas pudessem viver.
O que Diana não imaginava era que os lycans nunca desistiriam de encontrá-la. Ragnar, pai de Maximus, não se contentaria até recuperar a honra perdida de seu clã e vingar a suposta traição de seu filho.
Diana sabia que, enquanto permanecesse com sua pequena bebê, não conseguiria mantê-la em segurança. A cada semana que passava, os lycans se aproximavam e o medo de perder sua filha aumentava.
Ela precisava encontrar uma maneira de proteger sua filha de uma ameaça que nunca desistiria, e a única opção que lhe restava era deixá-la aos cuidados de alguém que os lycans jamais suspeitassem. Foi então que Diana tomou uma decisão dolorosa…
Quando Diana chegou a uma alcateia distante, na vasta floresta de Aravelle, a realidade do que estava prestes a fazer finalmente a atingiu. Deixar sua bebê seria como deixar uma parte de sua alma.
Ela acariciou os cabelos flamejantes da filha, lágrimas queimando seus olhos, enquanto a pequena bebê estava enrolada em um pequeno cobertor. Ela sabia que era o único caminho.
— Perdoe-me, meu amor. — Diana sussurrou, sua voz falhando. — Um dia você entenderá… entenderá que foi por amor que te deixei. Eu voltarei para você se puder e, quando for a hora certa, você conhecerá sua verdadeira história. — Diana disse.
Cada passo que dava para se afastar daquela inocente criança doía como mil lâminas atravessando seu peito, mas ela sabia que precisava manter os caçadores longe. Precisava proteger sua filha — a todo custo.
Ela usou todos os recursos que tinha, criando uma trilha falsa e levando os lycans a lugares onde eles jamais encontrariam sua bebê. Ragnar não descansaria enquanto não destruísse o que restava da traição de seu filho.
Para ele, Maximus havia desonrado o clã e os laços de sangue ao se envolver com a filha de Vladmir. Agora, ele caçava Diana como uma fera impiedosa, decidido a arrancar o fruto daquela traição da face da terra.
— Não há lugar no mundo onde possa se esconder. — Ele jurava a si mesmo. — Eu a encontrarei e, quando o fizer, ela pagará pelo que fez.
Um ano se passou e, ao olhar para trás, percebi o quanto nossa vida mudou. Tivemos altos e baixos, e um dos momentos mais difíceis foi o nascimento do nosso filho. A dor do parto foi imensa, e Kiron… bom, ele ficou praticamente fora de si, dominado pelo desespero de me perder.Mas quando finalmente nosso bebê veio ao mundo, todo o sofrimento se dissipou como névoa ao amanhecer. Ali, nos braços de Kiron, estava nosso filho, com os olhos fortes e desafiadores do pai, mas a pele alva e os cabelos ruivos idênticos aos meus. Era impossível não sorrir ao ver o contraste entre nós três, unidos pela vida que havíamos criado. Ele estava crescendo rodeado de amor e sob a proteção de um reino que, lentamente, vamos moldando para ser mais justo e unido. Apesar de minhas novas responsabilidades como mãe e rainha, continuava dedicando-me à creche. Porém, agora, não existia mais uma divisão. Todos os pequenos do reino, sem distinção de raça ou origem, conviviam no mesmo espaço, aprendendo juntos, c
AISHAAcordei e, ao perceber que Kiron não estava ao meu lado, o quarto pareceu um pouco mais frio e vazio. Deslizei os dedos sobre o lençol, ainda sentindo o resquício de seu calor, e um sorriso brotou em meus lábios ao recordar a noite anterior.Após tudo o que enfrentamos, finalmente conseguimos um momento só nosso, um espaço para redescobrir a conexão entre nós, sem preocupações imediatas.Levantei-me, cuidei de todas as minhas necessidades, vesti-me rapidamente e segui pelo corredor em direção à sala privada de reuniões, onde Kiron e o conselho se encontravam. Quando entrei, senti todos os olhares se voltarem para mim, mas mantive a postura firme, a mesma postura que eu vinha construindo dia após dia.Kiron olhou para mim, um leve sorriso em seu rosto, antes de sinalizar para que eu tomasse o lugar ao seu lado. A presença dele, sua força e convicção como rei, enchia a sala de uma energia palpável.A reunião foi repleta de detalhes sobre as próximas ações do reino. Discutíamos a r
Após o anúncio de minha paternidade, a alegria que preencheu nossa casa parecia ser rapidamente substituída pela realidade que acompanhava a liderança de um reino. A rebelião ainda estava fresca na memória de todos, e a execução de Miranda e seus aliados foi marcada para o dia seguinte, como uma forma de mostrar não apenas nossa força, mas também nossa justiça.A noite mal havia caído e já estava envolvido com reuniões de última hora com Maximus e Petrus para garantir que os preparativos estivessem completos, desde a segurança até os detalhes cerimoniais da execução. Cada decisão era crucial, cada olhar de meus conselheiros era uma lembrança de que, como rei, nunca poderia realmente descansar.Finalmente, após horas lidando com papéis, ordens e questões políticas, senti que meu corpo estava exausto, mas minha mente ainda estava em alerta e não parava de pensar em Aisha e na notícia surpreendente que ela havia me dado. Seria finalmente pai.Quando a última reunião finalmente terminou,
KIRONEu observava a sala, ainda absorvendo tudo o que havia acontecido. A presença dos vampiros ao nosso lado foi inesperada, mas, naquele instante, estava aliviado por essa aliança. Em meio ao caos que Miranda provocou, isso surgira como uma pequena faísca de esperança. Ao vê-los em combate, percebi haver algo muito maior nos unindo.Petrus estava visivelmente abalado desde o momento em que seus olhos pousaram em Dalila. Aquilo não passou despercebido para mim, pois reconheci o mesmo choque que senti ao encontrar Aisha, o mesmo reconhecimento instantâneo.Eu sabia que ele e Dalila eram companheiros, e, por mais estranho que fosse pensar num lycan e numa vampira destinados um ao outro, não havia como negar a força daquele laço. Era uma ironia do destino — uma força poderosa que não respeitava as barreiras entre raças ou as rivalidades que nossa história nos impôs e não repetiria o passado.Alaric falou com um respeito incomum, e eu sentia que aquelas palavras carregavam séculos de hi
Alaric deu um passo à frente, sua expressão cheia de desprezo. Sua raça quase foi totalmente extinta por conta desse tipo de pensamento. Sem mencionar que Miranda foi uma das incentivadoras, naquela época, para a guerra entre lycans e vampiros.— E é por isso que você falhou, Miranda. Só quem é capaz de sacrificar a si mesmo pelo bem dos outros merece a coroa.— Vocês são seres medíocres que não deveriam existir, seus sugadores de sangue.Miranda lançou um último olhar de puro ódio, mas já não havia nada que pudesse fazer. A traição dela estava exposta e sua sentença muito nítida.Kiron ficou em silêncio por um momento, seu olhar fixo em Miranda, como se ainda tentasse encontrar vestígios da mulher que um dia fora sua família. Mas tudo o que restava agora era uma traidora. Ele endireitou-se, erguendo a cabeça com uma postura que exalava autoridade e determinação.— Miranda, você conspirou contra seu próprio sangue, contra o reino, contra tudo o que jurou proteger. Usou a confiança da
Imaginei que Alaric daria a ordem do que fazer com eles, afinal aquele grupo parecia subordinado a ele, mas aquele homem me olhou e deu um passo para trás, permitindo que eu assumisse o comando.Kathy e Black, ainda sob o controle dos vampiros, me encararam com olhares de pura hostilidade, mas agora havia algo mais ali… medo. Sabiam que o jogo havia virado e que agora era eu quem decidia seu destino.Respirei fundo, sentindo minha lycan rugir dentro de mim, furiosa pelas cicatrizes que carregávamos por causa deles. Minha voz saiu firme e fria, e eu a projetei para que todos ali escutassem.— Por anos, vocês me perseguiram. Fizeram de tudo para me destruir e humilhar, sem nunca mostrar piedade ou arrependimento. Tentaram hoje, mais uma vez, tirar minha vida, como já fizeram antes de forma direta e consciente. Mas agora eu sou mais forte.Os dois trocaram olhares tensos, mas mantive meu olhar fixo neles. Antes, eu poderia até acreditar que era uma loba defeituosa, agora não mais. Senti
Último capítulo