129. Ferida invisível
Eu acordei deitada de lado, abraçando o travesseiro como se ele fosse responsável por explicar o que eu tinha sentido na noite anterior.
O que era ridículo.
Dante não apareceu.
Nem um rastro, nem um olhar perdido, nem um “boa noite” cínico.
Eu deveria estar comemorando.
Mas havia um espaço estranho dentro de mim.
Não vazio.
Mais como… um ponto de pressão.
Um incômodo.
Um arranhão profundo no ego.
Eu desci para a cozinha da mansão só por teimosia, dizendo pra mim mesma que queria café — quando, na verdade, queria saber se ele estava ali.
Claro que não estava.
Mas algo estava.
Isabella, com a cara amarrotada de quem dormiu duas horas a mais, apoiava o celular no balcão com os olhos arregalados.
— Bom dia…? — murmurei.
Ela virou a tela para mim.
E meu estômago afundou.
Era uma manchete.
> “Dante Emberlain deixa evento privado acompanhado de empresária misteriosa — possível novo affair?”
Foto exclusiva.
A imagem era nítida.
Dante entrando no carro.
Alguém ao lado dele — uma mulher alta, e