O caminho de volta para casa foi silencioso. O carro seguia pela estrada estreita serpenteando entre os campos, mas nenhum dos dois parecia notar a paisagem. O ar entre eles estava carregado de tudo o que ainda não haviam conseguido digerir.
Theo mantinha as mãos firmes no volante, mas seus olhos estavam distantes, como se ainda estivessem presos ao banco de madeira no jardim de Wallace. Eleanor, no banco do passageiro, segurava o bilhete plastificado entre os dedos. Como algo tão pequeno podia abrir uma fenda tão grande?
— Você está bem? — ela perguntou, finalmente quebrando o silêncio.
Ele demorou alguns segundos antes de responder. — Eu não sei mais o que pensar sobre meu pai.
Ela não respondeu de imediato. Sabia que aquele tipo de dor não precisava ser consolada. Precisava ser ouvida. Acompanhada.
— Às vezes — disse ela, com a voz baixa — a gente cresce idealizando os pais. Acreditando que tudo o que fizeram foi por amor, por proteção, por um bem maior. E quando descobrimos que ta