O céu sobre Yorkshire amanheceu cinzento, ameaçando tempestade. O tipo de manhã em que os ventos carregam ecos do passado, e tudo parece mais próximo da verdade do que deveria.
Theo estava parado à janela do antigo escritório, observando as folhas que dançavam no jardim. Eleanor entrou em silêncio, trazendo duas canecas de café fumegante. Ele aceitou a dele com um leve aceno de cabeça.
— Dormiu? — ela perguntou.
Ele deu de ombros, os olhos ainda fixos no mundo lá fora.
— Difícil dormir quando você descobre que pode ter um irmão mais velho... que foi apagado da existência como um erro a ser escondido.
Eleanor se aproximou, sentando-se no sofá. — Não foi sua culpa. Nem da sua mãe. Amélia foi usada, silenciada, traída pelas pessoas que deviam protegê-la. E James… ele foi descartado como uma nota de rodapé na vida de alguém poderoso demais para se importar.
Theo assentiu devagar.
— Se ele souber quem é… se ele se lembra… deve nos odiar.
— Talvez. Mas talvez ele também esteja esperando ser