A chuva cessou no início da tarde, deixando o vilarejo encharcado, com o ar pesado e fresco. Poças se formaram entre os paralelepípedos e a vegetação parecia mais verde, como se tivesse sido lavada do cansaço. Eleanor passou boa parte do tempo no andar de cima, tentando organizar os pertences da tia, mas não conseguiu evitar a constante olhada pela janela, como se esperasse vê-lo surgir de novo — entre os pinheiros, silencioso e inevitável.E ele veio.Theo apareceu por volta das três da tarde, exatamente como dissera. Vestia roupas secas agora, mas igualmente sóbrias: uma camisa escura de mangas arregaçadas e calças de tecido grosso. Carregava uma caixa de ferramentas e andava com a mesma firmeza de antes, como quem não pede licença, apenas chega.Eleanor desceu até o jardim para recebê-lo, sem saber bem por quê. Algo nela — orgulho, talvez — queria estar presente. Não gostava da ideia de que ele circulasse sozinho pela propriedade.— Achei que pudesse mudar de ideia — disse ela, enq
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