A manhã seguinte chegou envolta por uma névoa pálida que cobria Yorkshire como um véu antigo. Eleanor olhou pela janela da cozinha, observando as folhas dançando no vento tímido de junho. Não sabia se era pressentimento ou apenas o peso acumulado de tudo que tinham descoberto, mas o dia parecia carregado de significados antes mesmo de começar.
Theo chegou pouco depois das oito. Não entrou logo. Ficou no portão de madeira, observando a casa como se a estudasse de fora. Quando Eleanor abriu a porta e o chamou, ele apenas assentiu, cruzando o jardim em silêncio.
— Dormiu bem? — ela perguntou, ao vê-lo entrar.
Ele deu de ombros. — O suficiente para lembrar de tudo com clareza demais.
Sentaram-se na sala, a pasta com os documentos em mãos. O bilhete de Rupert Wallace, agora plastificado por precaução, repousava sobre os demais papéis como uma pista sussurrada por um fantasma.
— Ele disse no nosso primeiro encontro que foi afastado por perguntar demais — Eleanor começou, com cautela. — E de