**Narrado por Dante Ferraz**
A porta do quarto se fechou com um clique abafado, selando o espaço ao nosso redor.
O ambiente parecia mais denso, como se o ar estivesse impregnado de uma tensão quase palpável.
Cada passo de Lorena pelo carpete soava como um eco reverberante dentro de mim, ressoando em meu peito.
Ela atirou a mochila no sofá e, com uma despreocupação que beirava a indiferença, tirou o tênis com um dos pés, jogando-o no canto como se aquela fosse a coisa mais normal do mundo. Era como se ela não tivesse a menor ideia, ou talvez fingisse não perceber, que cada um de seus gestos era um ataque sutil à minha sanidade.
Com um movimento ágil, Lorena puxou o cabelo para cima, fazendo um coque improvisado que deixava seu pescoço exposto. A pele morena dela brilhava sob a luz suave do quarto, e eu sentia um nó se formar na minha garganta.
Tentei me concentrar no que realmente importava, mas a visão dela me deixava paralisado. Caminhei até a bancada, puxei a mochila e comecei