Me questionei:
Será que realmente vou deixá-la partir?
Vou mesmo abrir mão da única pessoa que esteve ao meu lado quando todos os outros se afastaram?
Meu coração apertou.
O ar tornou-se pesado ao meu redor.
Respirei profundamente.
Abri a porta do carro.
O hotel brilhava intensamente sob o sol escaldante.
A batalha me aguardava.
Mas, pela primeira vez desde que tudo isso começou, eu percebia que a luta mais desafiadora...
Aconteceria dentro de mim.
Empurrei a porta do hotel.
O choque do ar-condicionado fez com que o frio atingisse minha pele já suada.
Mas, interiormente, o calor se mantinha.
As palavras que Lorena dissera no carro ainda ecoavam na minha mente: Se você ainda ama a Helena, eu volto pra São Paulo.
Ela falou isso rindo.
Como se estivesse se despedindo num dia comum, até amanhã.
Mas em mim, essas palavras abriram uma fenda que eu não conseguia entender como reparar.
Olhei ao redor em busca dela.
E a encontrei.
Perto dos elevadores.
Sorrindo.
Com outro