ISABELLA
Alessandro cumpriu o que prometeu: me contou tudo o que minha mãe havia descoberto. Cada detalhe me queimava por dentro — pessoas se arriscando, expondo suas vidas na linha de frente por mim, por uma criança que nunca deveria ter existido. O peso disso me fez sentir pequena e ao mesmo tempo extraordinariamente vulnerável.
Depois disso, pouco o via. Nossas interações se tornaram raras, mas marcantes. Uma das maiores surpresas das últimas semanas foi quando ele apareceu com um novo arco, leve e dinâmico, diferente daqueles que sempre me machucaram.
— Isabella — disse ele, com aquele olhar firme, mas doce —, sei o quanto você carregou sempre um arco pesado, desconfortável, que te feria mais do que ajudava. Esse é diferente. Quero que você continue sendo quem você é, mas sem se machucar no processo.
Senti um calor subir pelo corpo. As palavras dele, simples, carregavam cuidado, atenção. Aquele gesto não era apenas sobre o arco; era sobre mim, sobre minha força e meu direito de ex