ALESSANDRO
O som do motor se perdeu na curva da estrada antes mesmo que a luz dos faróis fosse engolida pelo portão de ferro. Donatella estacionou com a precisão de sempre e saiu do carro antes mesmo que o motor silenciasse por completo. A noite estava fria, úmida, e o ar cheirava a terra molhada — o mesmo cheiro que sempre anunciava o início de algo perigoso.
Eu e Riccardo aguardávamos na entrada da casa, ao lado das colunas de pedra. Quando vi Donatella abrir a porta de trás do carro e murmurar “a princesa está no carro”, soube que o plano havia sido executado com perfeição.
Isabella desceu logo atrás dela. O rosto estava limpo, mas as botas ainda traziam lama até o tornozelo. Havia um brilho satisfeito em seus olhos — aquele tipo de satisfação que só aparece quando a caça se entrega acreditando ser caçadora.
— A princesa, hein? — murmurei, cruzando os braços. — Espero que não tenha dado muito trabalho.
Isabella soltou uma risada leve, quase divertida.
— Trabalho? Nenhum. Só uma bo