ALESSANDRO
O amanhecer parecia calmo demais.
O tipo de calma que antecede uma tempestade — silenciosa, densa, quase cruel.
Do andar de cima, ouvia o choro breve de um dos bebês, logo acalmado pelo toque paciente de Isabella.
Era estranho… mesmo depois de tudo o que enfrentamos, ela parecia a única capaz de manter a sanidade da casa.
E era exatamente por isso que me corroía por dentro o fato de ela ser o centro da armadilha.
Quando entrei no quarto, Isabella estava diante da janela, o roupão leve.
A luz da manhã desenhava sua silhueta — uma visão que em qualquer outro dia me faria esquecer o mundo.
Mas aquele não era um dia comum.
— Eu te amo — falei, aproximando-me. — A mulher, a guerreira, a mãe… e agora, a isca mais perigosa.
Ela riu, um riso curto, sem humor.
— A isca, Alessandro? Que nome bonito para a mulher que você está prestes a colocar no centro da mira de Arthur.
— O farol. — corrigi, tocando seu rosto. — O farol que vai atrair o inimigo até o abismo.
Isabella virou-se, sen