ALESSANDRO
O vapor escapava pela fresta da porta do banheiro, trazendo o perfume suave de lavanda misturado ao cheiro de sabonete neutro. Um contraste quase poético com o peso que pairava sobre a casa — como se, por alguns minutos, o mundo lá fora tivesse deixado de existir.
O som do chuveiro cessou, e por um instante, o silêncio me envolveu. Então, a porta se abriu devagar.
Isabella surgiu, envolta em um roupão branco, o cabelo ainda úmido, pingando em pequenas gotas que escorriam pela curva do pescoço. Havia algo de hipnótico em vê-la assim — despida da guerra, dos medos, da postura de caçadora. Apenas ela.
Sorri, e as palavras saíram antes que eu pudesse contê-las:
— Eu amo todas as suas versões.
Ela ergueu o olhar, surpresa. Um meio sorriso se desenhou em seus lábios.
— Todas? — perguntou, aproximando-se. — Até a que te deixa louco de preocupação?
— Principalmente essa — respondi. — Porque é a prova de que você ainda está aqui.
Isabella riu, e o som foi leve, raro. Sentou-se no m