CAPÍTULO 22

ALESSANDRO

O som dos monitores cardíacos ainda ecoava dentro da minha cabeça quando deixei o quarto.

Cada bip parecia um lembrete cruel de que a vida de Isabella pendia por um fio — e que eu estava impotente.

Antes de sair, deixei minhas ordens:

— Dois na porta, dois no corredor. Ninguém entra sem minha permissão. Se alguém insistir, atirem primeiro e expliquem depois.

Os seguranças assentiram.

Mesmo assim, olhei uma última vez para a porta do quarto — ela estava lá dentro, frágil, lutando.

E mesmo inconsciente, eu sabia que lutava como sempre fez: em silêncio, contra o impossível.

"Eu sobrevivo."

As palavras dela me rasgavam por dentro.

Mas eu não queria mais que ela sobrevivesse.

Queria que vivesse.

A mansão D’Amato parecia um mausoléu quando cheguei.

As luzes estavam baixas, o ar pesado de segredos e culpa.

Donatella me esperava na biblioteca, o olhar fixo num ponto vazio, uma taça intocada nas mãos trêmulas.

Fechei a porta.

— Quero respostas. — disse, a voz controlada, gelada.
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