ALESSANDRO
O som dos monitores cardíacos ainda ecoava dentro da minha cabeça quando deixei o quarto.
Cada bip parecia um lembrete cruel de que a vida de Isabella pendia por um fio — e que eu estava impotente.
Antes de sair, deixei minhas ordens:
— Dois na porta, dois no corredor. Ninguém entra sem minha permissão. Se alguém insistir, atirem primeiro e expliquem depois.
Os seguranças assentiram.
Mesmo assim, olhei uma última vez para a porta do quarto — ela estava lá dentro, frágil, lutando.
E mesmo inconsciente, eu sabia que lutava como sempre fez: em silêncio, contra o impossível.
"Eu sobrevivo."
As palavras dela me rasgavam por dentro.
Mas eu não queria mais que ela sobrevivesse.
Queria que vivesse.
…
A mansão D’Amato parecia um mausoléu quando cheguei.
As luzes estavam baixas, o ar pesado de segredos e culpa.
Donatella me esperava na biblioteca, o olhar fixo num ponto vazio, uma taça intocada nas mãos trêmulas.
Fechei a porta.
— Quero respostas. — disse, a voz controlada, gelada.