Damian Stark é um CEO implacável, conhecido como o Punho de Ferro por sua frieza e autoridade inabalável à frente da poderosa Stark Motors. Acostumado a controlar tudo, negócios, contratos e pessoas, há apenas uma coisa que escapa de suas mãos: a jovem prometida a ele desde antes de nascer. Um pacto selado no passado, uma aliança de sangue que desapareceu junto ao bebê raptado do berço e jamais encontrado. Enquanto move céus e infernos para cumprir o legado da sua linhagem e encontrar a mulher destinada a lhe dar um herdeiro, Damian não imagina que ela já entrou em seu império, anônima, simples e solitária. Diana Cross cresceu em um orfanato, sem saber suas origens. Aos dezenove anos, leva uma vida modesta dividida entre a faculdade de medicina e o trabalho em uma das filiais da Stark Motors. Mas o destino, marcado por um sinal esquecido no tempo, começa a traçar o reencontro inevitável entre o magnata e a garota que ele jamais esqueceu, ainda que ela não saiba que já pertence a ele. O que começa com um contrato de trabalho, pode se transformar em uma prisão disfarçada de obsessão. E quando Damian finalmente a encontrar, não pretende perdê-la. Nunca mais.
Ler maisDo alto do meu império, observo Yarolensk com olhos de dono. Cada prédio, cada luz, cada centímetro dessa cidade me pertence de alguma forma. Gosto de lembrar a mim mesmo disso, porque poder é a única coisa que não posso perder. Ainda mais agora.
Mas mesmo com toda essa grandeza aos meus pés, minha mente insiste em me levar de volta àquela noite. A última vez em que olhei nos olhos do meu pai. - Você precisa encontrá-la, Damian... As palavras dele vinham com dificuldade, como se cada uma rasgasse seus pulmões. - O seu destino já está traçado... Ela tem um sinal... Veja a imagem no cofre e a encontre... não quebre essa promessa de sangue. Eu confio em você... Só ela dará o herdeiro para continuar a nossa linhagem... Solto um suspiro pesado lembrando dessa cena. Eu achei absurdo. Ainda acho. Uma garota que foi roubada ainda bebê, como posso encontrar depois de tantos anos desaparecida?! Se nem os pais conseguiram encontrar, como eu eu vou encontrar lá? Só com a merda do sinal na nuca? Que teria poder sobre o meu destino? Que tipo de loucura é essa? Mas agora, aos trinta e cinco anos, com o tempo me encarando como um inimigo silencioso, a descrença começa a crescer com a urgência. Eu preciso encontrá-la. E rápido. Meus pensamentos são brutalmente interrompidos quando a porta do meu escritório se abre com um rangido suave. Ela entra. Pequena, trêmula, invisível aos olhos de quem não sabe observar. Diana. A secretária nova que mal fala e parece fugir de mim como se eu fosse um predador nato. Traz uma bandeja nas mãos e uma xícara de café do jeito que eu gosto. Forte, sem açúcar, direto, como tudo que valorizo na vida. Mas ela treme. E eu noto. Quando seu olhar cruza com o meu, ela perde o ar. Não é a primeira vez que vejo isso acontecer, mas há algo diferente ali. Um desconforto mútuo, como se minha presença a desarmasse e, ao mesmo tempo... me tirasse do eixo. Dou um pequeno gesto com os dedos, mandando-a se aproximar. E então acontece. Ela tropeça. O café quente me atinge como uma maldição. Sinto o líquido queimar minha pele por baixo da camisa. - Merda! - solto o grunhido enquanto tento afastar o tecido do corpo. Ela se encolhe, assustada, e tenta consertar seu erro, o que é ainda pior. Vem até mim, trêmula, os dedos tentando desabotoar minha camisa como se estivesse autorizada a isso. Mas eu não estou preparado para esse toque. Seguro seus pulsos. Forte. Nossos olhares se encontram. O dela amedrontado. E o meu furioso. Mas meu coração... Desgraçadamente fora de controle. B**e tão alto que acho que ela pode ouvir. Que diabos está acontecendo comigo? - Saia. - Minha voz sai fria. Ela se ajoelha para recolher os cacos de porcelana, e essa imagem deveria me agradar. Sempre admirei a submissão. Mas com ela... não. Aquilo me irrita. Me enoja. - Saia daqui agora! - ordeno, mais rude do que o necessário. - Sim, senhor! - ela balbucia tão baixo mais consigo ouvir, antes de sumir. Fico sozinho. Respiro. Me pergunto o que foi aquilo. Por que minha reação? Por que a imagem dela me assombra mais do que deveria? Verônica entra, como sempre impecável, charmosa e segura de si. Seu perfume forte me invade antes mesmo de sua voz. - O que aconteceu aqui? Olho para a bagunça no chão. Os cacos, o café derramado no tapete branco. Tudo me leva de volta à imagem de Diana ajoelhada. - A nova secretária deixou cair... por acidente. - Quer que eu a chame de volta para limpar? - Não. Peça alguém da copa. Ela já teve o suficiente por hoje. Verônica me encara como se não me reconhecesse. Ela sabe que eu não perdoo erros. Mas não digo mais nada. Vou até o banheiro para troca de camisa e vejo a minha pele avermelhada, me limpo com lenço de papel, e pego outra camisa. Quando volto a Verônica não estar mais, e o tapete estar limpo da pequena bagunça. Gosto de ficar sozinho, sento na minha cadeira, pego o tablet e deslizo os dedos por um novo esboço. O desenho de um carro toma forma diante de mim. A única coisa que me acalma. Que me devolve o controle. Mas mesmo com o som do lápis digital, mesmo com a beleza das curvas técnicas tomando forma, meu pensamento volta àquela garota. Diana. Inofensiva. Desajeitada. E, de alguma forma, perigosa. Como se minha linhagem inteira dependesse dela. Não posso né deixar levar por ela. Uma inofensiva. Após terminar o desenho vou até no setor de design, verificar pessoalmente os últimos modelos de lançamento, fico afundando no setor algo que gosto, faço algumas modificações que apareceu em cima da hora. Quando olho no relógio já está tarde, apenas sigo para minha cobertura. Saindo da empresa meu celular começa a vibrar olho e aparece o nome do Viktor meu irmão. Resolvo atender. - Irmão, está de pé para você fazer presença no casa de show do Bóris? - Tinha esquecido. Vai você. - Damian, ele faz questão da sua presença, até mesmo deixou claro que lá terá as melhores. Só para você. Não vai fazer desfeita com ele. - Farei a presença de meia hora e nada mais. Não sei onde estava com a cabeça de aceitar esse convite. Sigo para casa, apenas para fazer hora e segui para casa de show... Mesmo contra vontade estou no carro seguindo para casa de show, Viktor já me encheu o saco que estou atrasado. Estaciono carro e por onde passou todos ficam olhando e abrindo passagem....— Senhor, remarquei sua videoconferência para daqui a vinte minutos. E os documentos estão em sua mesa.— Fora isso, algo mais importante?— Não. Apenas isso.— Ok. Quando finalizar, aviso.— Precisa de algo mais?— Não. Pode se retirar.Ela virou-se para sair, mas minha voz a deteve.— Diana, você tem namorado?Ela parou. Virou-se, surpresa.— Oi? Não compreendi, senhor...— A pergunta é simples. Sim ou não. Você tem namorado?— Com todo respeito, minha vida pessoal não diz respeito ao senhor — respondeu, pela primeira vez, me encarando diretamente.— Diana, a partir do momento em que trabalha para mim, me deve obediência. Agora responda.Ela me olhou firme. Respirou fundo.— Não. Algo mais, senhor?Sua voz trazia a raiva que ela tentava esconder.Fiquei em silêncio. Observando-a sair.Ela é a escolhida.Mas ainda é um enigma.E pode ser, ao mesmo tempo, a salvação…Ou minha ruína.Tento me concentr
O chão pareceu se mover. O ar ficou mais pesado. O tempo desacelerou.Não é possível. Isso é impossível.— Diana... — minha voz saiu mais rouca do que deveria.Ela se virou, assustada. Tinha aquela expressão de quem não sabe se deve correr ou se desculpar.— Senhor Damian? Eu... cheguei mais cedo hoje. Queria compensar a confusão de ontem...— Venha até minha sala. Agora.Ela hesitou.— Eu fiz algo errado?— Agora, Diana.Ela engoliu seco e me seguiu com passos contidos.Assim que a porta se fechou, a encarei com intensidade. Cada gesto dela parecia um eco do passado. Uma chave para o enigma que me foi legado.— Você tem uma marca no ombro. Uma mancha de nascença.Ela franziu o cenho.— Tenho, sim. Por quê?Me aproximei.— Posso vê-la?Ela recuou, insegura. Mas viu algo no meu olhar que a fez parar. Respirou fundo, afastou o tecido da blusa. E lá estava ela. A marca. A forma. A mesma imagem da fotografia.É ela.A criança da foto. O elo da promessa. O coração do legado.E, talvez, o m
As acusações me atingem em cheio. Fico atônita. — O quê? O senhor acha que eu...? — Eu não sei o que pensar, Diana! — ele explode. — Você aparece na minha vida feito um erro de sistema, tropeça, derruba café, me tira do eixo... e agora aparece aqui, nesse lugar, como se nada demais estivesse acontecendo! O calor sobe ao meu rosto. A indignação me toma. — Eu só vim acompanhar uma amiga! — rebato, a voz mais alta do que eu mesma esperava. — Eu nem queria vir, mas ela insistiu, disse que seria rápido! Eu nem sabia que esse lugar era assim, e muito menos que o senhor viria aqui! Ele me encara, como se tentando decifrar a verdade. — Está dizendo que foi uma coincidência? — Estou dizendo que o senhor está me julgando sem saber de nada! O silêncio que segue é sufocante. Meu peito sobe e desce com força. Estou no limite. Mas não abaixo a cabeça. Não pra ele. Damian parece tão perdido quanto eu. Como se estivesse lutando com algo dentro de si. Algo que não pode nomear. E então
Não demorou muito até que eu colocasse a chave na porta e entrasse. E lá estava ela. Berta. Pronta, arrumada, com um vestido justo e um salto que eu jamais conseguiria usar sem tropeçar. — Dih! — ela exclamou animada. — Estava tentando falar com você! Vá se arrumar, tenho entradas pra uma nova casa de shows que acabou de abrir. Está todo mundo indo! — Nem pensar. — murmurei, deixando a bolsa cair no sofá. — Preciso descansar. Hoje o dia foi um desastre. — Por isso mesmo! — ela insistiu, empolgada. — Vamos! Prometo que voltamos logo. Você não vai me negar isso, vai? Por favorzinho?? O olhar dela, aquele brilho no rosto... e talvez um pouco da culpa me corroendo ainda por dentro, me fizeram ceder. — É... quem sabe seja bom mesmo. Preciso esquecer esse dia. Ela comemorou como se tivesse ganhado na loteria, e eu fui direto para o banheiro. Precisava de um banho, de água quente, de tentar lavar um pouco da vergonha que ainda grudava na pele. Enquanto a água escorria, a única coisa q
Chegava antes das sete, mesmo que o expediente começasse às oito. Precisava de tempo para respirar, organizar a mesa, revisar a agenda do dia e preparar os relatórios que Damian exigia pontualmente. Os olhos dele não perdoavam atrasos. E, ainda que não gritasse ou fizesse escândalos, o silêncio carregado de reprovação era o suficiente para fazer me encolher por dentro.Seu escritório era minimalista, moderno, e impecavelmente limpo. Suspeitava que até a poeira tivesse medo de aparecer ali.As manhãs eram tomadas por atualizações de cronogramas, conferência de contratos e e-mails longos demais que ela tinha que traduzir e sintetizar para o CEO. À tarde, organizava documentos, acompanhava Damian em reuniões ou repassava pautas com os setores jurídico e comercial. Aprendeu a lidar com os temperamentos difíceis de alguns diretores e o desprezo de algumas secretárias veteranas que me tratava como se fosse um erro de RH.Mas o que mais consumia sua energia era a constante tensão ao redor de
Quando finalmente completei dezoito anos, soube que o momento de enfrentar o mundo havia chegado. Crescer em um orfanato, sem respostas sobre quem sou ou de onde vim, moldou minha visão de futuro com incertezas. Meus pais? Não faço ideia de quem sejam. Fui deixada ainda bebê, com apenas alguns meses de vida, e desde então ninguém apareceu, ninguém procurou por mim. Essa ausência de identidade me frustrava cada dia mais enquanto os anos se arrastavam dentro daquelas paredes frias e solitárias do orfanato.Com a maioridade batendo à porta, era hora de seguir em frente. Foi então que uma das irmãs, percebendo minha angústia, recorreu à ajuda de Berta Still, uma mulher generosa que decidiu me acolher em sua casa. Berta não apenas me ofereceu um lar temporário, como também me arranjou um emprego. Sempre sonhei em cursar Medicina, e tão logocomecei a trabalhar, ingressei na faculdade com muito esforço e gratidão no coração.O problema é que trabalho para o senhor Stark. Damian Stark. Um ho
Último capítulo