“Regras quebram. Contratos também.” — Anotação de R.
[...]
Eu havia dito que iria sozinha encontrá-lo — e cumpri. Sozinha na presença física, mas com o colar com o rastreador ao redor do pescoço, sentindo o peso simbólico daquilo.
“Cheguei. Alameda Santa Verena. Subindo para o 42.” ― digitei para o grupo:
Joana respondeu quase de imediato: “Painel ativo. Sem heroísmos, por favor.”
Rafael entrou na conversa: “Vou ficar por perto.”
Respirei fundo antes de responder: “Não. O colar já basta: as palavras de código escaparam dos meus lábios
“cedro” — um grito mudo por socorro;
“tarde” — um recuo estratégico.
[...]
A chave fria girou na fechadura com um clique que pareceu ecoar mais do que deveria. Empurrei a porta. Entrei.
Ele estava lá — Guilherme — afundado no sofá como se o tempo não tivesse pressa.
Não houve sobressalto, nem sequer um arquejo. Apenas ergueu o rosto lentamente, e aquele meio sorriso, carregado de algo que eu não sabia se era ironia ou reconhecimento, se instalou como uma