Narrado por Marcelo de Capri
O céu ainda estava escuro quando recebi a ligação.
— A base foi ao chão, Don. O recado foi dado.
Foi só isso que Kowalski disse. Uma frase seca, direta, como gosto.
Sorri.
Me levantei da cadeira de couro e fui até o mini bar. A garrafa de uísque envelhecido me esperava ali fazia meses, mas eu sabia que só poderia abri-la no momento certo. E esse momento tinha chegado.
Desenrosquei a tampa com calma, como se fosse um ritual. Servi dois dedos do líquido âmbar, levei o copo até os lábios e respirei o cheiro da vitória.
Porque foi isso. Uma vitória.
Não uma guerra vencida, mas o primeiro movimento bem executado num tabuleiro que vai se sujar de sangue.
A base do Arco Norte era o pulmão de distribuição de Gregório na região leste. A localização era estratégica. E mais do que isso: ficava a menos de dez quilômetros da casa onde ele se esconde atrás de câmeras e grades douradas.
Agora, aquele pulmão estava colapsado.
Meus homens começaram a chegar na sala de reun