A chuva não cessava em Valdívia.
O som constante das gotas contra os vidros do hotel era o único sinal de vida nas madrugadas longas que Gabriel passava acordado, cercado por pilhas de papéis, telas acesas e mapas riscados à caneta vermelha. O quarto parecia mais um bunker improvisado do que um abrigo.
A cada dia, ele descobria mais conexões, mais mentiras, e percebia o quanto a teia que Adriano Monteiro havia deixado para trás era apenas a ponta de algo infinitamente mais sombrio.
No centro de tudo, um nome novo aparecia com frequência assustadora:
Valdívia Finance Group.
Um consórcio formado por empresários e políticos de diferentes países, criado há décadas sob fachada legal, mas alimentado por dinheiro ilícito, desviado, lavado em silêncio.
E agora, eles usavam o nome de Isabel — I.V.F. — como chave de acesso para movimentar as últimas fortunas escondidas de Adriano.
Gabriel lia os relatórios com os olhos cansados.
— Eles usaram o nome dela pra limpar o sistema — murmurou. — Trans