O vento era cortante em Genebra. As montanhas ao redor da cidade pareciam envolver tudo em um silêncio gelado, e Gabriel sentia o frio atravessar o sobretudo, mesmo enquanto apertava o passo pelas ruas estreitas do centro antigo. Cada pedra daquele lugar respirava poder — discreto, oculto, antigo. O tipo de poder que se transmitia em silêncio, de pai para filho, de geração para geração.
Era ali que tudo começara.
E era ali que ele pretendia encerrar.
A viagem fora rápida e sem aviso. Nenhum contato, nenhuma mensagem para Isabel. Quanto menos ela soubesse, mais segura estaria.
Mas a verdade é que, desde que deixara Santa Aurélia, Gabriel não dormira.
O rosto de Étienne o perseguia, o mesmo olhar frio de Henri, o mesmo sorriso controlado que escondia a crueldade.
Agora, o filho comandava o Círculo. E Gabriel sabia que, para destruir um império, precisava encontrar sua raiz.
Ele entrou em um edifício discreto na Rue de la Confédération — fachada de consultoria financeira, interior de f