O vento frio da noite balançava as cortinas, trazendo um silêncio fúnebre, parecia que ele sabia que algo havia acabado por ali. Isabel estava sozinha no quarto que, até pouco tempo atrás, fora testemunha de tantos sonhos e promessas realizadas por eles. Cada canto da casa tinha lembranças: conversas à mesa, os abraços apertados pela manhã, os planos cochichados antes de dormir. Tudo isso havia sido esquecido, havia acabado.Naquela madrugada, ela organizou tudo que era seu, não queria nada além do que trouxera, mas também não deixaria nada de lembrança para ninguém. Caminhou pelos cômodos sem chorar, juntando tudo o que levaria e tudo o que iria queimar. As malas estavam leves. Levou apenas o que sempre fora dela: roupas, alguns livros, pequenos objetos da infância. Nenhum presente dele.As joias, os vestidos caros, os perfumes escolhidos com tanto cuidado... ela juntou tudo em uma caixa no quintal, colocou também as fotos, as roupas de casal e pôs fogo para que não existisse mais. N
Ler mais