Elara
A respiração do meu pai, estava pesada, marcada pelo esforço de conter algo que parecia querer despedaçá-lo por dentro. Eu ainda não sabia o que estava prestes a ouvir, mas cada fibra do meu corpo se arrepiava, como se minha própria alma estivesse se preparando para um golpe que mudaria tudo.
O colar em meu pescoço parecia pulsar. A corrente fria queimava contra minha pele, como se quisesse me lembrar de que nada era coincidência.
— Pai… — minha voz vacilou — O que você está escondendo de mim?
Daren fechou os olhos, inspirando fundo. Seus ombros largos tremeram por um instante, e quando voltou a me olhar, havia algo diferente em seu rosto. Não era apenas a raiva que eu havia visto antes. Era dor. Era rendição. Era cuidado.
— Elara… — disse baixo, quase como uma prece. — Eu não sou seu pai.
As palavras bateram contra mim como uma onda gelada. O chão pareceu sumir sob meus pés. Eu dei um passo para trás, o coração martelando tão forte que parecia prestes a me rasgar por dentro.
—