Adrian
O silêncio depois da tempestade é sempre enganador.
Quando retornei a casa, o ar ainda estava carregado de raiva e dor. Elara parecia uma corda prestes a se romper, os ombros tensos, os olhos marejados mas firmes. Já o homem — Daren — parecia menos um pai e mais um guerreiro derrotado que havia sido obrigado a revelar sua rendição.
— Vocês não entendem… — a voz dele saiu rouca, quebrada. — Tudo o que fiz foi para protegê-la. E agora… tudo caiu por terra.
Meu olhar foi direto para Elara. Não importava o que ele dizia, não importava o que escondia. Tudo o que importava era a forma como o corpo dela tremia, como se cada revelação fosse um golpe contra sua carne.
— Protegê-la de quê? — perguntei, minha voz baixa, mas carregada da força que se recusa a aceitar meias-verdades. — De quem?
Daren fechou os olhos como se aquela fosse a pergunta que temia ouvir. Quando os abriu novamente, vi ali uma chama de dor antiga, um segredo pesado demais para carregar sozinho.
Elara se adiantou, a