Adrian
O vento soprava frio dentro do templo antigo, carregando o cheiro úmido das pedras, o eco distante das vozes dos anciões e o som abafado da chuva que começa a cair lá fora. O caos tinha cessado, e agora restava apenas o silêncio. Um silêncio tão pesado que parecia vivo, como se o mundo inteiro prendesse o fôlego diante do que acontecera.
Eu me ajoelhei ao lado dela.
Elara estava deitada sobre o altar de pedra, a pele pálida como a lua, os lábios frios, o corpo imóvel. As runas em volta dela ainda brilhavam em tons de prata e vermelho, pulsando com a energia que consumira tudo o que ela tinha.
— Elara... — minha voz saiu como um sussurro trêmulo. — Por favor, me ouve. Não faz isso comigo. Não parte assim.
Segurei a mão dela, fria e leve, como se fosse feita de névoa.
O peito doía, um buraco se abrindo no meio de mim, queimando por dentro. Eu a beijei na testa, buscando nela algum sinal de vida, qualquer coisa — um sopro, um tremor, uma respiração. Mas nada.
— Não é justo. — mu