Elara
O mundo estava em silêncio.
Um silêncio pesado, espesso, impossível de suportar.
A lua branca brilhava sobre a devastação — o campo tomado de corpos, sangue e cinzas. As árvores gemiam com o vento, e o cheiro metálico ainda pairava no ar. Tudo parecia imóvel, suspenso, como se o tempo tivesse parado para assistir à dor.
Meu coração batia em descompasso.
Não sentia mais as pernas.
Não sentia o chão.
Só o desespero.
E então eu o vi.
Entre a poeira e a fumaça, o corpo dele.
Adrian.
Caído de lado, imóvel, o rosto parcialmente coberto pelo cabelo escuro manchado de sangue.
Um som escapou da minha garganta — algo entre um soluço e um grito.
— Adrian!
Corri.
Tropecei em pedras, em corpos, em lembranças.
Cada passo doía. Cada batida do meu coração parecia arrancar um pedaço de mim.
Quando alcancei-o, caí de joelhos ao seu lado, o corpo inteiro tremendo.
As mãos sujas tocaram o peito dele — frio, coberto de sangue.
— Não... não, por favor, não... — sussurrei, o choro engasgand