Elara
O sol nascia dourando o mundo, tingindo o céu de tons quentes que pareciam renascer com ele. A aldeia e a vila, antes separadas por ódio e medo, agora vibravam em um mesmo ritmo — o da vida. O da paz.
As pessoas caminhavam lado a lado, humanos e lobos. As crianças corriam pelo campo, os mais velhos riam, e até o vento parecia mais leve, livre das sombras que o tempo deixou para trás. Ragnar, o lobo marcado por fúria, aproximou-se de Adrian e se ajoelhou diante dele, com os olhos marejados.
— Fui cego... deixei o instinto me dominar — murmurou ele, com a voz rouca. — Peço perdão a todos.
Adrian assentiu, e aquele simples gesto encerrou séculos de rancor. O perdão, pensei, era a verdadeira magia.
Aos poucos, a celebração começou. Havia música, risos e o cheiro doce das flores silvestres. Maeve dançava entre os aldeões, o rosto iluminado, enquanto eu e Adrian nos afastamos, de mãos dadas, seguindo o caminho que subia a colina.
— Está tudo tão... diferente — sussurrei, olhando para e