Elara
A terra tremia.
Era como se o próprio coração do mundo batesse sob o chão, pulsando com o sangue da guerra. O ar estava denso, pesado de fumaça e magia quebrada. O som dos gritos, dos uivos e das espadas se chocando misturava-se ao rugido distante de trovões — mas não havia tempestade. Era a lua sangrando no alto do céu, vermelha, viva, derramando sua maldição sobre todos nós.
Tentei me mover, mas meu corpo não respondia. Meus joelhos estavam feridos, os braços formigavam e a cabeça latejava como se estivesse sendo rasgada de dentro para fora. O feitiço anterior havia me drenado. O chão frio da clareira parecia sugar o que restava da minha força.
Meu nome ecoava, distante, entre o caos.
“Elara!”
A voz de Adrian.
Mesmo no meio da batalha, eu o sentia.
Seu coração, o meu, ligados por algo que ultrapassava o corpo, o tempo e o medo.
Tentei abrir os olhos. A fumaça das tochas ardia, a poeira e o sangue formavam um véu diante de mim. Vi sombras se movendo — lobos e homens, indisti