Elara
Fizemos amor.
Um amor desesperado, febril, como se o mundo fosse ruir ao amanhecer.
E, de certa forma, estava ruindo.
Agora, deitada sobre o peito dele, ouvia o som grave de sua respiração. Sua pele ainda estava quente, e o cheiro de terra, suor e luar se misturava ao meu. Ele passava os dedos distraídos pelos meus cabelos, mas o olhar fixo na distância denunciava o que ele tentava esconder: a preocupação.
— Está sentindo? — perguntei, minha voz um sussurro.
— Sim. — Ele respondeu sem hesitar. — O sangue da lua… já começou a chamar.
As palavras dele pairaram no ar, pesadas como o destino.
Lá fora, Cael rondava inquieto, e os outros lobos se moviam pela clareira com nervos à flor da pele. O vento trazia consigo o cheiro dos humanos — madeira, fogo, medo.
Eles estavam perto.
Muito perto.
Adrian se levantou, o corpo nu iluminado pela luz carmesim que filtrava pelas frestas.
Por um instante, ele parecia feito da própria noite: selvagem, imortal.
Mas havia cansaço em seu olhar